domingo, 29 de agosto de 2010

BANQUETE 1 - TERRORISMO POÉTICO

NO TEATRO GAMBOA NOVA

DIAS 04, 11, 18 E 25 DE SETEMBRO/2010 ÀS 16H54

INGRESSOS $10 E $5

DIGULGUEM E APAREÇAM!!!!!!!

SERÁ UM PRAZER ME DIVERTIR FAZENDO GRAÇA PARA VOCÊS!!!

"BANQUETE 1 - TERRORISMO POÉTICO"
SINOPSE
O artista Thiago Enoque Sabiá apresenta o seu espetáculo solo de palhaço  Banquete 1 – Terrorismo Poético. Espetáculo construído a partir das experiências de números apresentados na rua e em cabarés. Neste, aproxima a realidade do palhaço de rua num  dentro do teatro, local, onde diferentemente da rua, apresenta um relativo conforto para uma exacerbação da dilatação energética do palhaço. Deste modo, ao acontecer no teatro, cenas que são apresentadas na rua conduzem a um ápice de transgressão, onde, dentro do “útero-teatro” o palhaço-cidadão Sabiá pode sentir-se livre para retornar ao seu primeiro nascimento, o Bufão.
RELEASE
Da rua ao teatro. O palhaço Sabiá oferece um Banquete, dos famintos aos que têm fome. Um espetáculo recheado de diversão, anarquia, questionamento de valores, poesia e esperança. O grito?O Amor! A nossa pátria? O mundo inteiro! E um pensamento brilha no coração do Palhaço: A Liberdade!!!
SORRIA!!!

FICHA TÉCNICA
Concepção – Cia ObCena e Cia Pé na Terra
Direção – Caxambó e Thiago Enoque Sabiá
Performance – Thiago Enoque Sabiá
Produção - Beto Basílio e Thiago Enoque Sabiá
Realização - Teatro Gamboa Nova e Cia ObCena


Thiago Enoque Sabiá
71-88114180

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DIDI SIRIGUELA E CAXAMBÓ- COMEMORAÇÃO 2 ANOS NO PARQUE DE PITUAÇU

Olá pessoas do meu brasil varonil viemos aqui através deste convidar-lhes a nos assistir-nos (a nós mesmos!!!Didi Siriguela e Caxambó) no parque de pituaçu este domingo, 29 de agosto,às 10:30h.

Apresentaremos o nosso espetacúlo Baião de Dois em comemoração aos dois anos de muita palhaçada no parque de Pituaçú, enraizados, fincando cada vez mais o Pé na Terra do Palhaço na terra da Lagoa de Pituaçu (pra quem não sabe, em baixo da lagoa , tem terra).

No dia 31/08/2008 para comemorar o niver de Carla de Miranda,  Didi Siriguela e Caxambó se apresentaram, pela primeira vez no parque de Pituaçú e desde então vem ocupando o parque aos domingos com muitas palhaçadas, números clássicos, improvisações, danças malucas, fortes interações com o público...o resultado é um espetáculo de uma organicidade fluida,  concomitante, sintônica, abrangente, amorosa, etc.

O resultado desse amor todo gerou o 1° palhaço criado em cativeiro(uahauhuahauhaua). O cativeiro a que estamos nos referindo é o órgão feminino cheio de líquido aminiótico que fica dentro da barriga de Didi Siriguela. O palhaço é Grockninho!!! Então por conta disso fizemos a comemoração de 1 ano no Parque de Pituaçu, com ajuda dos "universiotários"(vide blog, o célebre 30 de agosto!!!) numa roda de fraldas, ou melhor de bêbê...bom , o chapéu foi destinado no final das contas para ajudar a pagar o parto, lindo, humanizado...

 Esse ano no dia 29/08 estaremos contando  com participações pra lá de especiais: Timilda TiaGrock (Lua de Miranda), BóbóCamarão (Maurício Marques) e Magno Marques, além de Grockninho (Luan de Sant'Anna), é claro!!! Estamos cada vez mais consolidando um projeto de família circense, tradicionalmente contemporânea (ou contemporaneamente tradicional???).

Contamos com vocês para apoiar este projeto com energia, presença e é claro, com a tradição do dinheiro no chapéu!!!!!!!

Didi Siriguela e Caxambó e Grockninho

Movimento abre-rodas domingo dia 22/08/2010

 PARQUE DE PITUAÇU
Por Caxambó

Dia ensolarado, cheguei no parque, ninguém tinha confirmado nada...fiquei sozinho, foi ótimo!!!!me arrumei e vi o parque enchendo de gente. Como de praxe tava tendo treinamento de bombeiros no quiosque que a gente sempre apresenta. Como eles sempre estão lá relaxei e esperei eles acabarem. Terminei de me maquear e fiquei passeando e tocando flauta , convocando as pessoas que passavam , estabelecendo relação de empatia.
demorou, demorou, o público passando o treinamento parecia se extender...mas eu tava de boa, puro prazer, falando com as pessoas que passavam e ancniando que depois do treinamento de primeiros socorros, teria os segundos socorros, que é o palhaço depois que a pessoa sobrevive tem que sobreviver ao cotidiano extressante e  infeliz desse capitalismo selvagem...as pessoas riam!!!hehehehehe...
demorou...demorou...até que Carla falou a administradora da Feira Reviva Parque para resolver a situação.Eles saíram...fui lá , eu (Caxambó) minhas coisas e o público.
Há um tempo venho fazendo espetáculos sólo na rua, com algumas coisas que tenho aprendido nas prórprias apresentações da rua e envolvendo inspirações clássicas também. éééé Caxambó, em busca de um espetáculo Sólo, fazendo como deveria ser, com a contribuição do público!!! Esse foi o Movimento Abre Rodas do Dia.

No próximo domingo teremos Didi Siriguela e Caxambó em cartaz pelo Movimento Abre-Rodas, com o Espetáculo Baião de Dois.

Aos sábados estamos programando junto à Administração do PArque fazermos encontros de palhaços aos sábados pela manhã...é que terá um mês de evento pela primavera no parque...

MOVIMENTO ABRE RODAS- 15/08/2010

DIQUE DO TORÓRÓ
* POR SANTIM BUFANDA
Aconteceu hoje mas uma roda de crianças, cachorros, vendedores, arvores, pais, mães...  Chão molhado e ameaça de chuva. Arrumação, brincadeira, convocatória, reunião de diretoria palhaça no escritório central da pracinha.. crianças chegando perto pra escutar o plano secreto de planificação do que estava a ponto de rolar.
Pronto! Vamos dar um jeito pra juntar as crianças, pega a corda, marca o palco, chama aqueles que estão olhando de longe querendo assistir, toca uma musica, pandeiro, flauta e canto.. vai começar! vai começar!
O melhor malabarista de todos tempos, Sabiá, fiz uma maravilha de apresentação de todos seus tempos!, foi apresentado por um juiz de futebol maluco, as palmas não paravam pra poder ver a cueca amarela do malabarista emocionado. A boneca Coxinha foi estragada pelo doido de Farrapo, crianças preocupadas e ocupadas em me mostrar a onde foi parar e quem foi o irresponsável que terminou ganhando um banho de água desde minha boca. Adorei a cumplicidade com os pequenos, a energia linda que foi crescendo, as reflexões finais e o chapéu generoso! Obrigado palhaços, obrigado chuva, obrigado morte e vida! Mas uma roda de aprendizados e massagens na alma!

PARQUE DE PITUAÇU
* POR CAXAMBÓ


Cia. Pé na Terra de volta na área. Fui aocmpanhado por Didi Siriguela e Papaya Piaçava. Dia mais ou menos, naquele tempo nublado, mas foi tudo muito legal.A velha Didi Siriguela e a velha Papia na ativa novamente,muito bom...números clássicos na veia, números que tenho feito com outras pessoas...assaz interessante fazer de novo com Didi. Ping Pong de piolho, abelha abelhinha mais algumas improvisações...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Movimento Abre-Rodas 14 /08/2010 - Praça Ana Lúcia Magalhães (Fim de Linha da Pituba)

*Por Amarelina Desbotada (Sarah)


Era sábado de sol, mas eu estava em casa jogada na cama e gripada. Mas já tinha me comprometido em apresentar na pracinha do fim de linha da Pituba com Igor (Caxambo) e Helena (Manjerona). Então não tinha saída, levantei e fui.
Chegamos na praça que porventura não estava muito cheia. Mas chegamos conversando com o povo e brincando com muita tranqüilidade. Nos maquiamos no meio da praça enquanto o povo ia chegando e se aprochegando para ver o que ia acontecer.
Foi uma roda linda, começamos com abelha abelhinha e o povo adorou. No segundo número, o balão, o vento não ajudou, levou o balão pra longe algumas vezes e eu me batendo pra tentar brincar com as crianças enquanto o balão voava por aí...a roda diminuiu mas seguimos em frente. Pra finalizar Caxambo fez seu incrível salto sobre dois cidadãos e passamos o chapéu, que foi generoso.
Mas se vocês pensam que acabou por aí, não se enganem. O melhor está por vir. Ficamos sentados na praça conversando sobre a apresentação e as pessoas se aproximavam perguntando se ainda íamos nos apresentar e tal..a praça enchendo. Eu estava acabada. Mas nos olhamos e decidimos que dava pra mais uma roda. E essa foi a melhor. Totalmente improvisada, Igor repassou rapidamente Ping pong comigo, que já vi muitas vezes, mas ate então nunca tinha apresentado, e um número novo que nunca vi, acho que se chama o Boneco. Pronto. Quando vi estávamos organizando outra roda linda, menor que a outra, mas a energia garanto que estava mais alta.
O ping pong foi ótimo, super improvisado, tinha que ser olho no olho e tentar sacar o que era pra fazer. Mas foi ótimo. E teve presente. Na hora da morte as crianças não se davam e gritavam, “calma, ele esta vivo, ele está ali!”. Três crianças levantaram e me levaram ate Caxambó, que segundo elas estava vivinho da silva. Foi muito bom. Em seguida apresentamos o número do boneco. Foi lindo. Manjerona despirocou e as crianças se acabaram com a brincadeira.
A segunda roda foi ótima. Descobrimos que a dobradinha é maravilhosa. Na primeira roda estávamos, Manjerona e eu, um pouco inseguras meio travadas. Mas na segunda, dilatamos bem mais...minha voz até saiu. Foi muito bom. Nos comprometemos em manter a roda de sábado na pracinha da Pituba. E vamos lá. Quem quiser que se aprochegue.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Abre-Rodas 07 de agosto de 2010

CAMPO GRANDE
*Por Caxambó


Cheguei no Campo Grande já estavam Sabiá e Santim fazendo uma pré-convocatória, estabelecendo relações educativas com as pessoas. Cheguei pronto e combinamos na hora, ali mesmo. Muito interessante experiência. Fiquei improvisnado com Santim, pandeiro e flauta. eu no pandeiro e ele na flauta. Muito boa a comunicação olho no olho de Santim, a sensibilidade e o tempo de resposta.  Bom jogar com ele, assim de primeira percebi a facilidade de jogar com ele.

Com Sabiá fizemos o clássico ping-pong de piolho. Alta energia. E juntos fizemos um número do boneco-brinquedo. Santim me passou na hora e fizemos os três.

foram altas interações com o ´público, Sabiá super dilatado, cheio de energia como sempre...
valeu galera,
agradeço, mais um Abre-Rodas aí na veia...

Abre - Rodas 08 de agosto de 2010

RODA PITUAÇU
*Por Caxambó

Manhã de dia dos pais. Sol aquecendo no fronte, lagoa no horizonte, paisagem linda. Corrida interrompendo trânsito. Todos atrasados, desde o público até nós mesmos. Fizemos parte neste dia eu, Ricota, Pernácio e Zoinha. Começamos com um exercício de "que legal"muito legal.  Foi um dia de experimentações, e re-experimentações. Sólo de Zoinha, a Limonada da Cia de Palhaço Orgânico (Ricota e Pernácio), Abelha-Abelhinha por Ricota e Caxambó, e alguns  repertórios meus de improvisação de rua que dentro de pouco tempo estarei juntando, costurando e fazendo um espetáculo sólo de rua.

Foi lindo dia dos pais para mim, principalmente porque meu filho participou, no colo da mãe do número abelha-abelhinha. 

Ao final da roda fizemos um concurso com pais, apenas dois pais candidataram-se. Zoinha trouxe um rosa feita artesanalmente com palha de licuri (é isso mermo Zoinha?). O público nomeou o melhor a responder um coro de uma música maluca tocada e cantada por Caxambó e Remendado (o seu violãozinho de plástico), e as Back-vocals, Zoinha, Ricota e Pernácio.

No final antes de premiar, obviamente o discurso sobre a competitividade e o palhaço que assume o lugar do perdedor para boicotar tal ordem. O suposto perdedor também é pai,e foi quem deu a Rosa para o suposto vencedor do concurso como um ato de amor e não de derrota.
todos se abraçaram
e nos apresentamos

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MOVIMENTO ABRE RODAS -DIQUE DO TORÓRÓ E CAMPO GRANDE 01/08/10

* Por Santin Bufanda (Santiago Harris)

Amigos irmãos parceiros palhaços morando em Equador, França e Brasil:
Este texto é pra lhes contar minhas novidades e pra ser compartido com as pessoas que integram uma lista de e-mails de um movimento na cidade de Salvador chamado “movimento abre-rodas”. 

Gente da lista do movimento abre-rodas, este e-mail foi pensado originalmente pra compartir as minhas impressões com as pessoas de meu grupo de palhaços em Equador e França, mas achei boa idéia fazer um só comunicado e assim começamos nos conhecer e reconhecer. Aproveito pra agradecer as pessoas que me conhecem aqui pela boa energia e amor recebidos. Muito obrigado!
 
Aqui, no outro oceano, leste leste leste de latino-américa, a última semana de julho também termina com um domingo primeiro de agosto. No meio da cidade península de três milhões de habitantes, tem um lago. Três palhaços e uma palhaça se encontram. No meio do lago tem esculturas de deuses africanos.

Esta vez a chuva fez regar intentos musicais que faziam chover mais cada vez que floresciam. Pandeiro, flautas e casú chamaram a presença de três meninos moradores de perto do dique. A brincadeira foi criada: “!vamos fazer musica! Segura o ritmo, improvisa uma melodia, nada da certo, todo flui, tum tum tum tum tum tururum tum tum!, praa prrra prá prá prá prrrrrraaaaa! Hoje têm palhaço têm.. no dique de toroô no dique de tororôÔÔ! Tiriruuu tiriiii triruuuu tiriiiiiii” Um menino ao se depedir falou: “No proximo domingo trago meu cavaquinho e mais intrumentos e a gente faz musica”.

Enoke Sabiá diz que não teve apresentaçao ou roda de palhaços, mas a missão foi realizada, manter o encontro de palhaços e o intento de criar uma cultura de presença de palhaços todos os domingos no Dique e no Parque de Pituaçu. E na tarde  na praça de Campo Grande.

Marco Farrapa convidou almoçar na sua casa, passamos por casa de Danila Cochinha e caminhamos trocando idéias.
 
Saímos tocando e cantando quatro cidadãos aquecendo a atitude, a voz e o coração. Gostoso improviso nas ruas umedecidas até chegar em Campo Grande. Organizada, situada e chamado, números, clássicos de circo, improviso, risadas, besteiras, aplausos e chuva forte com noite às seis da tarde.

Agradecimentos, reflexões molhadas, crianças ainda ao redor, impressões diferentes. A mais dos vazios técnicos por ser encontros - apresentações que não são ensaiadas, a intensidade de conhecimentos compartilhados, criada ao longo do dia, parece-me uma muito boa fonte de aprendizagem, uma escola na que todos somos alunos e professores. Um espaço aberto para nos questionar, subverter a ordem estabelecida e nos movimentar por dentro. Aberto pra aquele que tenha curiosidade e coragem. E o que acho mais interessante é que é um espaço aberto para treino dos palhaços que querem aprender diretamente na rua.

Pra ir dormir tranqüilo e sem peso, vou soltar estas velhas perguntas minhas e outras que estão emergindo nas conversas entre a galera que ta chegando nestes dias maravilhosos, algumas respondem perguntando:

¿Tenho um palhaço ou sou um palhaço? 
¿Que faz um movimento ser um movimento? 
¿O palhaço é movimento? ¿
Como aprender a ser palhaço? 
¿Para que e para quem ser ou estar ou brincar ou criar um palhaço? 
¿Porque virou tão popular? 
¿Em que ideologias se sustentam tantos processos de “formação”, “iniciação”, “aprendizados” de palhaço ao redor do mundo? 
¿Ser profissional vem da palavra “professar”? 
¿Hoje profissional é aquele que diz o que faz e faz o que diz?
¿Quem é e quem não é palhaço profissional? 
¿Quantas realidades e verdades diversas existem na historia e no mundo do palhaço de hoje? 
¿Porque alguns palhaços dizem que outros palhaços não são palhaços? 
¿Porque clown e palhaço não são, mais sim são a mesma coisa? 
¿Porque e para que quero seguir sendo palhaço? 
¿Por que me incomodam algumas destas perguntas? 
¿Deveríamos saber as respostas de todas? 
¿Que é o que verdadeiramente estou procurando no mundo do palhaço? 
¿Por que me sentir questionado me aproxima a uma sensação de palhaço? 
¿Por que alguns procedimentos terapêuticos, especialmente os corporais, são tão parecidos a algumas metodologias de acesso ao palhaço? 
¿Por que e para que procurar no palhaço uma fonte de novas e ilimitadas possibilidades de ação e consciência? 
¿Será que posso alcançar uma “libertação” pessoal e social através da prática de palhaço? 

Acredito como possível que o palhaço e seus diversos caminhos possam ser uma opção poderosa e profunda de educação e evolução social libertaria!
Se alguém tem e quer dar uma resposta a alguma das perguntas lançadas, seria de muita ajuda pra mim (por minha pesquisa do mestrado) e para abrir rodas de conversa com outras pessoas que estão em “movimento”.
Gracias. Abraços y masagens na alma.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

MOVIMENTO ABRE RODAS - PARQUE DE PITUAÇU - 01/08/2010

* Por Ricota (Suzy)

Olá corações de palhaços,


Com imenso prazer que agradeço a abertura deste movimento abre rodas pra toda a comunidade claunesca.
Mais um abre rodas que participo e cresço com esta possibilidade de interação.


Participaram da roda, além de mim: Igor, Duda e Zé Diego.


Inicialmente chuvendo e nós na espreita de cessar a chuva e partir para praça. A chuva parou e deu nós na fita de Pituaçu. Apresentamos para um público pequeno, mas participativo, eu e Dudu fizemos a limonada e Zé Diego e Igor fizeram o número novo que eles estão criando... O público foi pequeno, mas participativo, o chapéu foi pequeno , mas significativo, uma pessoa deu uma nota de R$ 20,00 - comprovamos que o discusso inspirado do chapéu pode funcionar.


* Por Caxambó

Dia lindo, chuvoso e tudo o mais. Tempo nublado como sempre tem sido em Salvador esses tempos. No parque eu , Espeto (Zé Diego), Pernácio (Duda) e Ricota (Suzi) - Infelizmente não deu pra Didi Siriguela e Grokninho virem por conta da Chuva.

Enquanto esperávamos acabar o treinamento do bombeiro que estava acontecendo no Quisosque Central do Parque, percebemos que não tinha quase público nenhum por conta da chuva. Decidimos então colocar a roupa e fazer nossa função no Abre-Rodas. 

Conversamos que o Abre - Rodas tem uma função que vai além do se apresentar, mas de ser uma troca, um momento de pesquisa coletiva, de encontro, de amor , de encontro de corações de palhaços também. 


Decidimos fazer um ensaio aberto. A intenção é que iríamos trocar um com o outro, mostrando o que intencionamos apresentar e de repente as poucas pessoas que tinham por ali no parque (vendedores, alguns passeantes etc.) poderiam usufruir da graça do palhaço. Por outro lado não voltaríamos pra casa com o ar brochado de quem foi fazer palhaço e no final não fez...

Nos maqueiamos, já vestidos, começamos uma inquietação na merma hora dos bombeiros terminando um treinamento de primeiros socorros...já começamos a treinar um malabares, pandeirinho, falar alto...o bombeiro chefe - professor chamou-nos atenção e pediu silêncio. Foi engraçado, enguli.

Eles acabaram, começamos. Enquanto organizávamos as coisas os paspalhos parodiavam os primeiros socorros dados por uma palhaço e outro palhaço...que figuras!!!!


 Propus ali na hora e como bons paspalhos todos disseram sim. Fizemos na abertura um "que legal" a 4 narizes("Que Legal" é um exercício de palhaço que leva a uma improvisação livre no intuito de acessar um estado de consciência dilatada própria de uma palhaço). Foi muito forte e interessante. De repente começou a brotar mais alguns públicos, poucos mas significativos para promover o nosso ensaio aberto à condição de apresentação. 

O que legal gerou até pequenas cenas improvisadas e, principalmente, muita dilatação!!!! Dentro do "que legal," sentindo a coisa na intuição e no improviso  convoquei Espeto para começarmos nosso número que estamos construindo. Foi muito orgânica a ligação com o "Que Legal". 

Espeto tentando ensinar a Caxambó como se toca pandeiro e muita paspalhice surgindo na relação, inclusive uma briga paspalha com direito a golpes surreais. Um número que estamos construindo à base da improvisação diretamente jogada ao público, à vera, a fishe, na real, no risco. Surgiram muitas coisas novas, interessantes...

Depois veio a dupla Ricota e Pernácio , que compõem a Cia. de Palhaço Orgânico. Fizeram o número clássico "A Limonada". Muito interessante a desenvoltura de ambos. Percebe-se que estão indo pra rua, exercitando. Estão brincando no número, na relação com o público e melhor, recriando a estrutura clássica da Limonada, se apropriando.

Imediatamente contrariei o parceiro Espeto porque estava combinando de fazer outro número, mas senti que a hora do chapéu era naquele momento, antes que todos fossem. Já era hora de pedirmos o chapéu. Puxei Remendado(o pequeno violão de Caxambó) e mandei brasa com o Repente Final.


Canturia, discurso de Chapéu, quando olhei camaradas, uma amarelinha de 20 conto. A graça agradou alguém bastante!!!Poucas pessoas estavam ali, mas agradadas. É essa a missão do palhaço, é um agradar qualitativo. Estávamos nos divertindo entre nós e com isso com pouco público ou muito sempre será bom.


Ao final, sentamos ali mesmo e fomos tirando maquiagem e trocando idéias. Conversamos sobre a arte do palhaço e a sala e da necessidade da rua como objetivo de trabalho de nós palhaços. Houveram discussões aprofundadas com divergências, convergências, opiniões e escutamentos.

No final concluímos ligeiramente que a rua é realmente um ótimo exercício para qualificar o palhaço, porém todos concordamos que é também o lugar ideal para a arte na medida em que arriscamos mais na rua, e temos mais oportunidade de quebrar o espetáculo.


Foi discutido sobre esse termo :"espetáculo" e de como o palhaço tem uma missão política de assumir o lugar do espetáculo para romper com a lógica do espetáculo.  Foi citada a crítica à Sociedade do espetáculo de Guy Debord (Internacional Situacionista). 


A questão é que nós palhaços temos que ter muito cuidado com a sala. Uma sala é um espaço muito pequeno para o palhaço. Ensaiar na sala e levar a sala para a rua, mantendo um espetáculo sempre muito seguro, com interações muito programadas, quebra a possibilidade do não esperado. Isso mata uma parte extremamente importante na arte do palhaço.


Estar fragilizado diante do público, sem se preocupar com a fama, o nome. Fazer uma merda de vez em quando num processo criativo, isso é experimentar o verdadeiro estado do perdedor. Se acostumamos a sempre triunfar, o palhaço morre em nós, na medida em que a vaidade ganha força. Quando engulimos exercitamos a humildade.


Certa vez o Mestre Chacovaci disse que no começo da carreira nós experimentamos muitas situações ruins e que depois quando vamos ficando afiados experimentamos cada vez mais situações boas. Quando estamos experimentando situações somente boas devemos, como palhaços, procurar alguma situação ruim para aprender com ela.