sábado, 17 de setembro de 2016

2° Curso Intensivo de Iniciação à Pesquisa do Palhaço Pessoal




PROPOSTA DO CURSO 
E o palhaço, o que é? Venha descobrir a força desse arquétipo dentro de si! Através deste curso, Igor Sant'Anna, o palhaço Caxambó, convida os participantes para experenciarem o SER PALHAÇO. 

Oferecido para pessoas já iniciadas ou não, com experiência ou não, este curso oferece uma oportunidade de dar START (ou RE-START) na iniciação à pesquisa nas técnicas do palhaço, com o objetivo de extrair o palhaço natural que há dentro de cada um de nós, a inocência inerente a todos, escondida, reprimida pelas máscaras sócio-comportamentais da sociedade.
Um grande palhaço falou que todos nós nascemos palhaços, mas quando crescemos aprendemos a mentir... O foco principal deste curso é a busca pela espontaneidade corporal, como reflexo do que há de autêntico e sincero em nós. 

Mas como continuar espontâneo estando em cena?Sendo o foco?Como silenciar a mente e transferir energia para o resto do corpo e atingir um equilíbrio corpo/mente?


Atingir um estado de consciência cujo parâmetro seja o estar presente, pleno, autêntico e espontâneo, passa por descondicionar nossas atitudes. Como romper as máscaras sociais implantadas no nosso comportamento desde que somos pequenos? 

O curso provoca reflexões acerca dos condicionamentos a que fomos submetidos pelo processo de escolarização espartana, militarista, industrialista e competitiva da sociedade, buscando uma desescolarização através de práticas corporais, energéticas e jogos cooperativos.

CONTEÚDO/METODOLOGIA: 
- RESPIRAÇÃO Técnicas de respiração. Respiração abdominal, intercostal, peitoral em busca de uma respiração completa. Respiração das tensões corporais cotidianas. Respiração das emoções. Respiração como início dos movimentos corporais e como uma maneira de se chegar à consciência corporal.
- DANÇA PESSOAL RITMICA Construção de um ritmo pessoal a partir da ginga da Capoeira Angola. A capoeira angola mistura luta, dança e expressão corporal. Antes de qualquer combate com o outro a capoeira é uma luta contra nós mesmos e as próprias limitações corporais. Serão trabalhados aspectos da corporeidade ancestral da capoeira como ferramenta de autoconhecimento corporal, ritmo pessoal e espontaneidade. Na prática ocorrerá um encontro com uma dança sagrada pessoal que possibilite uma dilatação energética.
- JOGOS COOPERATIVOS Uma maneira de disciplinar o corpo para a produção de máscaras sociais é através da instalação de um sistema de comportamento competitivo. Serão trabalhados diversos jogos cooperativos a fim de dissolver os automatismos de relacionamentos sociais e facilitar o surgimento da espontaneidade coletiva. È um treino essencial para a construção de uma presença pessoal e de uma personalidade cênica.
- DILATAÇÃO ENERGÉTICA Serão trabalhados exercícios individuais que visam a constante reavaliação da dilatação energética humana. Entrar em cena e realizar ações que levem o público a sentir a irradiação do ser. Provocar reações emocionais do público. Se colocar em situações ridículas levam também a estados de energia indescritíveis, se não negarmos a situação ridícula nas quais nos colocamos.

 - CARGA HORÁRIA:  36 Horas
- DIAS E HORÁRIOS: 
22, 23, 29 e 30 de OUTUBRO de 2016
05 e 06 de NOVEMBRO DE 2016 
das 8:30h às 15:30h (com 1h de intervalo para almoço) 


INVESTIMENTO: R$ 300,00 


LOCAL: a confirmar

FACILITADOR: Igor Sant’Anna


Igor Sant´Anna é o palhaço Caxambó, desde o ano de 2005 quando se formou no Curso de Iniciação à pesquisa na Técnica do Clown por Alexandre Luís Casali (SSA). No ano de 2007 funda a Cia Pé na Terra e através da prática constante de atuação na arte de rua cria, atua e dirige números e espetáculos de palhaço. Em 2009 inicia a carreira de pai. Educador dos próprios filhos pratica a desescolarização de si como forma de não atrapalhar o processo educativo do outro. Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, tem como foco de pesquisa-ação da relação entre a arte do palhaço e a educação desescolarizada.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Workshop de Palhaço: A arte de ser espontâneo

QUANDO ? Sábado 10 de setembro de 2016
ONDE? Espaço Giuó , Rua Odilon Santos, n. 202, Rio Vermelho ( próximo à boate Comons, é uma casa branca com molduras das janelas amarelas)
HORÁRIO? 8h às 15h (com uma hora de intervalo)
QUANTO? r$100,00
obs: A oficina só acontecerá caso haja um mínimo de inscritos. Caso contrário adiaremos.
FOTO? Nti Uirá
INSCRIÇÕES E MAIORES INFORMAÇÕES:
penaterra2008@gmail.com
9 9225 2825 (tim/zap)

O "Workshop de palhaço: a arte de ser espontâneo" trabalhará os princípios da arte do palhaço para a busca da espontaneidade natural presente em cada ser humano.

Nascemos livres, porém no decorrer da vida sentimos necessidades de criar defesas corporais que se materializam em máscaras socio-comportamentais.

Assim, como uma caminho de ida sem volta, nos tornamos prisioneiros de nossas próprias máscaras. Sentimos que não conseguimos nos expressar e quando conseguimos somos tomados por conceitos sobre quem nós somos.

Assim como as nossas crianças interiores ficam reprimidas, todos os nossos conceitos de mundo estão condicionados. A arte do palhaço tem a função de transgredir o pré-estabelecido, o dado, o ante-posto, e nos auxiliar a caminhar para a nossa essência, nossa criança interior.

Esse Workshop foi idealizado por Igor Sant'Anna Caxambó a partir de observação de o quanto a arte do palhaço influenciou sua vivência cotidiana com seus filhos e com as pessoas em geral.

Por isso é especialmente indicada para pais, mães, cuidadores, educadores. Mas é uma oficina que serve e muito ao espírito livre que está dentro de cada ser humano.

Igor Sant´Anna é o palhaço Caxambó, desde o ano de 2005 quando se formou no Curso de Iniciação à pesquisa na Técnica do Clown por Alexandre Luís Casali (SSA).
No ano de 2007 funda a Cia Pé na Terra e através da prática constante de atuação na arte de rua cria, atua e dirige números e espetáculos de palhaço.
Em 2009 inicia a carreira de pai. Educador dos próprios filhos pratica a desescolarização de si como forma de não atrapalhar o processo educativo do outro.
Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, tem como foco de pesquisa-ação a relação entre a arte do palhaço e a desescolarização da educação.


terça-feira, 5 de julho de 2016

Curso Intensivo de Iniciação à Pesquisa do Palhaço Pessoal



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sábado, 28 de maio de 2016

Palhaços-educadores no combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Por Igor Sant'Anna Caxambó

A Cia Pé na Terra tem como um de seus princípios basilares a pesquisa relacionada à prática da arte do palhaço associada à intervenções educativas.

No dia 19 de maio de 2016, fizemos contratados pela Bahia Norte uma intervenção de Palhaços-educadores especialmente envolvida com a temática do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Mais uma vez essa arte pode oferecer seus serviços para além do entreter e fazer rir, propondo reflexões, transgressões e transformação de consciências acerca de um assunto que é ao mesmo tempo grave e delicado na realidade brasileira.

Fomos à Escola Municipal Pasto de Fora do Município de Candeias e na Escola Municipal Irmã Dulce no Município de Simões Filho. Realizamos espetáculo de palhaços abordando cenas cotidianas de abuso e exploração sexual de Crianças e Adolescentes, explicitando de forma lúdica elementos que caracterizam a mesma.

Caxambó, Didi Siriguela e Pernácio entraram em cena, apresentaram números clássicos da palhaço.  Após criar empatia com a plateia, foram encenadas situações de exploração sexual infantil com ênfase em atenção, prevenção e medidas a serem tomadas.

Tudo apresentado em formato de espetáculo circense, com mensagens não somente passadas verbalmente, mas demonstradas cenicamente, até que a tensão do tema foi aos poucos se sobrepujando à ludicidade da palhaçaria.

Através da arte do palhaço nos vimos entrando nos corações daquelas crianças e adolescentes até que se tornou inevitável parar o espetáculo tirar o nariz e falar seriamente sobre o assunto com os presentes.

Segundo Morais et all (2007)[1] a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes (ESCCA) é um fenômeno que tem sido descrito em várias partes do mundo sendo sua visibilidade no Brasil ocorrida a partir da década de 1990  com a realização da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias envolvendo menores de 18 anos comercializados sexualmente.

Nessa CPI ficou claro o quanto os caminhoneiros são um dos principais personagens envolvidos no fenômeno da ESCCA, juntamente com os pais das crianças e adolescentes explorados, policiais e donos de boate.

A visão sobre crianças e adolescentes como seres sexuais e sua respectiva culpabilização ou a referência à situação de pobreza dessas crianças e adolescentes como causa da sua exploração sexual infantil demonstram a falta de responsabilização da sociedade adulta como uma característica de um contexto sócio-cultural pouco atento aos diversos condicionantes da exploração sexual comercial infantil.

O tratamento do fenômeno requer a busca por um amplo processo de mudança de culturas e valores a fim de romper a ignorância diante das consequências nefastas e prejuízos que a situação de abuso pode acarretar no desenvolvimento dessas crianças e adolescentes.

A arte do palhaço contém em suas características intrínsecas, potência de comunicação humana com capacidade de denunciar o erro, os sofrimentos, a opressão, o orgulho. Em outras palavras, reduz cenicamente, através da ludicidade, as grandes estapafúrdias humanas, tornando-as cômicas, risíveis.

Através do riso, o palhaço propõe reflexões facilmente evitadas no cotidiano pelas pessoas. O riso catártico permite ao palhaço ir mais longe, um pouco mais a fundo, sem, no entanto machucar as feridas que cicatrizaram por fora e que mantiveram-se vivas por dentro.

Nós três (eu, Carla de Miranda e Eduardo Valverde) nos vimos diante de um grande desafio. Como abordar um assunto de tamanha gravidade com crianças e adolescentes? Como abordar através da inocência do palhaço algo que é tão cruel e maldoso? Nós que sempre cumprimos a missão de trazer as pessoas para o mundo da ludicidade... que muitas vezes optamos por nem tirar o nariz na frente de crianças a fim de não quebrar a magia da relação estabelecida.

Dessa vez sentimos na consciência qual a necessidade da educação na palhaçaria. Precisávamos usar nossa arte para que algo fosse feito por quem vive o risco de ter sua inocência arrancada. Tornamo-nos não somente os inocentes de nariz, mas aqueles que traziam a mensagem da malícia para que a maldade não se sobrepujasse.

Desejamos que não fosse assim, mas infelizmente tive que falar coisas para aquelas crianças que nem falo pra meu filho. São crianças e adolescentes que podem tornar-se vítimas e precisam de recursos ao mínimo ideológicos para poderem se defender de tal situação.

No final das contas percebemos o quanto poderosa é a arte do palhaço e o quanto foi importante terem recebido essa mensagem pelo riso, pelo carinho da palhaçaria...situação delicada!

No final de tudo colocamos o nariz de novo e apresentamos mais um número de palhaço. Na despedida quisemos deixar bem claro que existe a maldade no mundo. Devemos nos cuidar, mas devemos seguir em frente confiando na vida e plantando boas sementes.

Todos somos responsáveis em fazer um mundo melhor, todos somos responsáveis, juntos e unidos, em compor uma nova realidade para o nosso planeta. Que os bons se fortaleçam. Que a inocência sempre vença.




[1] MORAIS, Normanda Araújo . Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes: Com caminhoneiros brasileiros. Revista Psicologia : teoria e pesquisa. Brasília, DF. Vol 23, n.3 (jul/set2007), p.263-271. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/20545