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sexta-feira, 8 de setembro de 2017
Pituaçu em Rede: re-existência cotidiana
Aqueles que acompanham a Cia Pé na Terra sabem que no ano de 2008 inciamos um trabalho de ocupação semanal do parque, levando espetáculos de palhaços. Não satisfeitos com nossa presença todos os domingos, passamos a promover a presença de outros artistas de rua viajantes nesse espaço considerando sagrado para nós, nossa primeira residência artística. Além disso levamos eventos como o Rua das Artes Encontro de Circo do MAR de Palhaças e Palhaços, um forte movimento de palhaçaria em Salvador.
Essa ocupação gerou uma série de frutos, quando em 2015 aprovamos o Projeto Pé de Circo no Parque no Edital Arte em Toda a Parte da Fundação Gregório de Matos (SSA-BA). A implementação do Curso de palhaço-educador nos territórios de 4 parques de Salvador, dentre eles Pituaçu foi efluente importante para a criação do conceito de Palhaço-Educador trabalhado na Tese de Doutorado "Palhaço-Educador: Arte e Educação Social nos Parques de Pituaçu e Abaeté".
O mais fabuloso disso tudo são os encontros que são gerados. E nessa ebulição da vivência do projeto com a a tese de doutorado eu pude conhecer Fabiano Silva, um produtor o coração da educação social. muitas trocas de idéias e celebração de ação no território do parque de Pituaçu, levantamos sonhos em torno de uma convivência em rede das diferentes potencialidades do território.
Pituaçu é um bairro muito rico em arte, cultura e educação. Mas os diálogos até então não se efetivavam entre as diferentes iniciativas. O papel do Palhaço-Educador seria justamente mediar essa convivência a ponto das iniciativas artístico-culturais-sócio-educacionais co-existirem em rede.
Como num passe de mágica, depois de muitas ações em conjunto de mediação, de ocupação do espaço público com espetáculos e intervenções a parceria entre a Cia Pé na Terra e a A+ Comunidade gerou frutos inesperados.
Acho que criamos uma Egrégora tão forte com nossos sonhos que de repente aparece um outro produtor, morador de Pituaçu, Rubão, com uma idéia de um Festival no PArque de Pituaçu.
Sabe quando um grupo e afinidade se encontra? Pois Rubão mobilizando todos os grupos e iniciativas sociais iniciou sem mesmo saber conscientemente o movimento Pituaçu em Rede.
Pituaçu em Rede consiste em um movimento dos grupos e indivíduos culturais, sociais, artísticos e educacionais de se integrar afim de gerar uma poderosa ação conjunta no território do bairro de Pituaçu.
Desde que as reuniões e articulações do Festival passaram a acontecer uma conexão especial se instalou no bairro.
Baseados num outro paradigma micropolítico, na solidariedade e na generosidade grupos como Escola de Teatro Bumbá, Surf Solidário, Movimento Viva o Parque de Pituaçu, Instituto Búzios, Escologia, Grupo de Capoeira Angola Zimba, Scooby Manutenção de Sons dentre outros vários que foram se integrando e se deram as mãos para um objetivo maior.
Assim, tem acontecido algo incrível, toda semana uma ocupação do parque, uma união entre os grupos na divulgação, Então desde os dias 16 e 17 de setembro, quando aconteceu o Io Festival Alternativo Viva o Parque de Pituaçu tem acontecido programações no parque de Pituaçu no intuito não somente de ocupar o parque mas estimular a ocupação do parque pelo cidadão, gerando arte e entrentenimento, esporte e cultura. Educação e sociabilidade.
Não é somente ocupar, mas cuidar. Cuidar das crianças que se encontram hoje em situação de vulnerabilidade. é Dar força aqueles que vÊm na re-existÊncia cotidiana cuidando dessas crianças.
Assim vamos construindo uma nova criação de realidade, em que deixamos de ser vítimas do sistema. PAssamos a simplesmente viver o que nos cabe dentro de nossos sonhos. Percebemos que somos um, que juntos somos fortes e vigorosos e que podemos conquistar até o impossível.
Paramos de resistir por debaixo da pressão do sistema, tomando suas lapiadas e gritando para que parem de nos explorar.
Passamos a re-existir cotidianamente, com a básica agenda do amor nas nossas relações, cultivando respeito às nossas diferenças em busca de um bem maior.
sábado, 12 de agosto de 2017
Despedida de Salvador
É isso minha gente , nos despedimos de Salvador, e foi com muito carinho e amor. Sentimos mesmo nossos laços de amizade nos abraços apertados de despedida. Quase sentimos vontade de não ir.
http://g1.globo.com/bahia/noticia/cia-pe-na-terra-comemora-10-anos-de-arte-de-rua-e-se-despede-de-salvador.ghtml
Nessas horas que tomamos consciência do quanto amamos e somos amados. Foram marcantes os espetáculos mesmo em dias nublados e chuvosos, contando com a presença de nosso público, nossos amigos, nossos irmãos de coração.
Foi fabuloso nosso espetáculo em família. Há um tempo ensaiamos essa apresentação. Já fizemos números com nossas crianças, mas nunca um espetáculo inteiro de rua, com tudo sincronizado. Amadureceram na hora certa.
Essa é a verdadeira escola pra nossos filhos: nosso campo de convivência mediada pela palhaçaria. A partir disso naturalmente se sentem estimulados por sua própria autopoiese, pois afinal nós enquanto palhaços e pesquisadores dessa arte estamos sempre nos auto-criando, nos reinventando, nos reconhecendo, nos transmutando.
A arte da palhaçaria é uma mudança de paradigma nas relações. É uma arte que nos deixa plenamente mais nós mesmos, focamos na presença, no nosso ser verdadeiro, sem máscaras. Nos conectamos com a nossa essência...
Nos despedimos de Salvador deixando esse legado, nossos amigos que compartilhavam conosco isso tudo.
Deixamos um movimento Pituaçu em Rede que honra nosso trabalho de 9 anos gerando arte e educação no Parque de Pituaçu, ocupando espaço público com arte de rua.
Honramos também todos aqueles que levam a frente e que agora nesse momento estão se empenhando pra o Festival Alternativo Viva o Parque de Pituaçu a acontecer em Setembro.
Nossa despedida da Casa da Música, do Parque do Abaeté (vide https://casadamusicabahia.wordpress.com/2017/08/02/palhacos-didi-siriguela-e-caxambo-participam-do-proximo-sarau-de-itapua/#more-3111)
, no Sarau de Itapuã que foi ocupado pela palhaçaria musicada.
Também foi demais com queridíssimos parceiros: Biancorino, (Alê Casali), Cabelinho (Geovane Nascimento) Alexandre Varapau Carvalho, Trilili (Celo Costa) e Amadeu Alves então batizado como palhaço Diapazão.
Enfim a vida segue e vamos nos reencontrando em Floripa, em busca de expandir nossas possibilidades de vida, aprender com novos contextos, cativar novas convivências e levar a frente nossa pesquisa de palhaçaria e educação, fazendo ela crescer e disseminando nossas descobertas.
http://g1.globo.com/bahia/noticia/cia-pe-na-terra-comemora-10-anos-de-arte-de-rua-e-se-despede-de-salvador.ghtml
Nessas horas que tomamos consciência do quanto amamos e somos amados. Foram marcantes os espetáculos mesmo em dias nublados e chuvosos, contando com a presença de nosso público, nossos amigos, nossos irmãos de coração.
Foi fabuloso nosso espetáculo em família. Há um tempo ensaiamos essa apresentação. Já fizemos números com nossas crianças, mas nunca um espetáculo inteiro de rua, com tudo sincronizado. Amadureceram na hora certa.
Essa é a verdadeira escola pra nossos filhos: nosso campo de convivência mediada pela palhaçaria. A partir disso naturalmente se sentem estimulados por sua própria autopoiese, pois afinal nós enquanto palhaços e pesquisadores dessa arte estamos sempre nos auto-criando, nos reinventando, nos reconhecendo, nos transmutando.
A arte da palhaçaria é uma mudança de paradigma nas relações. É uma arte que nos deixa plenamente mais nós mesmos, focamos na presença, no nosso ser verdadeiro, sem máscaras. Nos conectamos com a nossa essência...
Nos despedimos de Salvador deixando esse legado, nossos amigos que compartilhavam conosco isso tudo.
Deixamos um movimento Pituaçu em Rede que honra nosso trabalho de 9 anos gerando arte e educação no Parque de Pituaçu, ocupando espaço público com arte de rua.
Honramos também todos aqueles que levam a frente e que agora nesse momento estão se empenhando pra o Festival Alternativo Viva o Parque de Pituaçu a acontecer em Setembro.
Nossa despedida da Casa da Música, do Parque do Abaeté (vide https://casadamusicabahia.wordpress.com/2017/08/02/palhacos-didi-siriguela-e-caxambo-participam-do-proximo-sarau-de-itapua/#more-3111)
, no Sarau de Itapuã que foi ocupado pela palhaçaria musicada.
Também foi demais com queridíssimos parceiros: Biancorino, (Alê Casali), Cabelinho (Geovane Nascimento) Alexandre Varapau Carvalho, Trilili (Celo Costa) e Amadeu Alves então batizado como palhaço Diapazão.
Enfim a vida segue e vamos nos reencontrando em Floripa, em busca de expandir nossas possibilidades de vida, aprender com novos contextos, cativar novas convivências e levar a frente nossa pesquisa de palhaçaria e educação, fazendo ela crescer e disseminando nossas descobertas.
quarta-feira, 12 de julho de 2017
10 anos de Cia Pé na Terra!!!
*Por
Carla de Miranda e Igor Sant’Anna
É com muito prazer que anunciamos o 10° Aniversário da Cia Pé na Terra e ao mesmo tempo uma despedida. Nossa família estará se mudando para Floripa(!!!) no mês de Agosto, por isso nossas comemorações se antecipam para iniciar no mês de Julho esse ano.
Desde 2007 iniciamos nosso trabalho de palhaçaria, quando nos conhecemos
no Curso Avançado de Pesquisa na Técnica do Clown, de Alexandre Luís Casali.
Desde então,
muitos parceiros passaram por nossa companhia, deixando suas contribuições para
o que construímos e somos hoje. Agradecemos a Rosialine Roedel, Ricardo Borges,
Thiago Enoque Sabiá, Nelson Aguiar, Zé Diego, Marcos Lopes, Alexandre Varapau
Carvalho.
Tecemos a
carreira nas ruas, praças e parques da
cidade de Salvador marcando também presença em diversos eventos baianos como
Grande HeinComTraço de Palhaço; Convenção Baiana de Malabarismo Circo e Arte de
Rua; Caruru dos Sete Poetas(Cachoeira-BA); Festival Nacional de Teatro Infantil
de Feira de Santana- BA; Festival Internacional Diamantino de Circo.
Desde 2008
começamos o que viria a se configurar uma residência artística no Parque de
Pituaçú. São 9 anos de Parque de Pituaçú! Nesse tempo muita coisa aconteceu.
Ali naquele território sagrado iniciamos a montagem de nossos principais
espetáculos, concebemos e parimos o Movimento Abre-Rodas (MAR de Palhaços), recebemos
o Rua das Artes Encontro de Circo, realizamos os Encontros de Circo e
Desescolarização, produzimos espetáculos de artistas nacionais e internacionais
como Cia da Sorte (Brasília) e Alvaro Henriquez (Chile). Tudo isso construindo
em paralelo um trabalho com a comunidade
no entorno do parque, assumindo inclusive parcerias com organizações locais
como a Escologia e a A+Comunidade.
Em 2015 se
destaca o Pé de Circo no Parque, projeto aprovado pelo Edital Arte em Toda a
Parte da Fundação Gregório de Matos em que realizamos ações de plantio e
enraizamento do circo nos territórios do entorno de 4 parques (Pituaçú, Abaeté,
Da Cidade e São Bartolomeu), oferecendo formação em Palhaço-Educador e
espetáculos da Cia Pé na Terra e convidados (Nariz de Cogumelo, João Lima,
Demian Reis, Alenk Nobre).
Esse plantio
já gerou frutos. A partir dali se estabeleceu uma salutar parceria com a Casa
da Música no Parque do Abaeté e desde então a inexorável presença dos palhaços-educadores
nos eventos, contribuindo para as propostas de sustentabilidade da casa para o
Parque do Abaeté.
Outro fruto
importante é a parceria com a A+Comunidade, o que veio a coroar e dar ênfase à
existência do conceito de Palhaço-Educador cultivado há tantos anos nas
práticas da Cia Pé na Terra. Juntos idealizamos um projeto “Bairro-Escola :
pela construção de um Projeto Político Pedagógico para o território do bairro
de Pituaçú”.
Como consequência
hoje, mas por mérito próprio da comunidade, esse projeto vem se realizando nos
encontros do Pituaçú em Rede, um encontro de artistas e grupos culturais de
Pituaçú para fins de realização do Festival Alternativo Pituaçú em Rede, a
acontecer em setembro de 2017.
Na esteira
desse movimento, comemoramos nosso aniversário, já oferecendo uma prévia do
Festival Alternativo Pituaçú em Rede. Teremos espetáculos, workshop e bate-papo.
16/07 Espetáculo “Show de
Fraldas”
Parque de Pituaçú / 16 horas / $ contribuições espontâneas no Chapéu $.
Vários amigos palhaças e palhaços de Salvador aparecem para tecer juntos
um grande espetáculo varietê para o(a) palhacinho(a) que vai nascer, mais novo
integrante da Família Pé na Terra.
23/07 Espetáculo
Neca de Pitibiriba
Parque de Pituaçú / 16h / $ contribuições espontâneas no Chapéu $.
O espetáculo Sólo de rua do Palhaço Igor Sant’Anna
Caxambó que c Neca de Pitibirba,
expressão popular que significa "nada", "bulhufas",
"nadica de nada". O espetáculo busca a pura arte do palhaço, com
pretextos para interação com o público, que são puras bobagens, desde a tentativa
de aprender a fazer malabares com três claves, até a promessa de fazer o salto
clássico de palhaço "mortal, triplo escarpado, la escarpeta, alá Daiane
dos Santos, com a língua saindo pelas orelhas". No meio do caminho
intensas interações com o público, formação de torcidas, mobilização da
participação das pessoas, diálogos e mensagens político-educativas.
OBS: ANTES DO ESPETÁCULO , ÀS 15 HORAS TEREMOS UM BATE-PAPO COM iGOR SANT'ANNA CAXAMBÓ. TEMA: ARTE NA RUA, OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO E SUSTENTABILIDADE"
OBS: ANTES DO ESPETÁCULO , ÀS 15 HORAS TEREMOS UM BATE-PAPO COM iGOR SANT'ANNA CAXAMBÓ. TEMA: ARTE NA RUA, OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO E SUSTENTABILIDADE"
27/07 e 28/07 Workshop “O
palhaço que habita em nós”
Casa Guió (Rio Vermelho) / 19h às 22h / $ 100,00$
Meu palhaço interior saúda o seu palhaço
interior. Neste workshop voltado para qualquer pessoa interessada com ou sem
experiência prévia, será proposto a investigação do ser palhaço como uma
possibilidade de qualidade de vida. Todos nascemos palhaços, mas vamos perdendo
qualidades na proporção dieta com que vamos perdendo a inocência infantil.
Serão ensinadas técnicas que nos auxiliam a melhorar nossa maneira de nos
relacionar socialmente, a vivermos mais presentes e mais bem humorados.
Parque de Pituaçú / 16h/ $ contribuições espontâneas no Chapéu $.
Didi Siriguela e Caxambó vão tentar apresentar seu mais antigo espetáculo na íntegra, mas suas duas crias não deixam mais o espetáculo ser como antigamente. Só há uma opção: incluir os pequenos na participação do espetáculo.
terça-feira, 11 de julho de 2017
terça-feira, 23 de maio de 2017
Família Pé na Terra em ação, ou melhor em Algodão!!!
Início de Maio, Família Pé na Terra chegou em Algodões, Bahia, Península de Maraú.
Lugar lindo, paraíso natural , rios limpos desembocando em mar aberto. Praia deserta e pessoas
maravilhosas, generosas.
Essas pessoas que conhecemos estão envolvidas em mais uma experiência que pretende experimentar uma mudança na educação: a Escola Sempre Viva.
Um viva à Sempre Viva.
Foi lá que tivemos uma experiência que vem marcar a história da Cia Pé na Terra, ou melhor da Família Pé na Terra.
Juntos em família, realizamos uma oficina de palhaço simplesmente maravilhosa. Crianças encantadoras que se apropriam facilmente da arte do palhaço só confirma: todos nascemos palhaços, quando crescemos aprendemos a mentir.
Não é mentir de contar mentiras. Precisamos criar máscaras para nos defender das agruras da sociedade. Nos confundimos com nossas máscaras e corrompemos nosso corpo e nossa personalidade.
Em uma oficina de palhaço pra adultos precisamos desfazer essas máscaras, trabalhamos a exaustão, a
vivência do prazer de estar presente, técnicas para mantermos a presença ativamente.
Com as crianças em apenas três horas mostramos o que é a arte do palhaço, fizemos números clássicos e depois propomos pra eles montarem os números. E surpreendentemente eles montaram, ensaiamos e apresentamos uns para os outros.
Depois ficamos sabendo que eles apresentaram várias vezes para os pais em casa.eheheheheh. Lindos!
O interessante da experiência foi eu e Carla enquanto família, com nossos filhos, fazendo nossa profissão acontecer sem separação com a vida.
Foi uma vivência em família, de palhaço. Uma atividade de prazer em família. Um trabalho que realizamos em família, para o bem de todos nós, da nossa convivência. Com auxílio de nossos maiores e menores mestres de palhaçaria: Luan e Rosa, 7 e 2 anos respectivamente, os palhaços Grockninho e Burburinha..
Luan já conhece de cabo a rabo , desde pequeno nos assiste. Sentou e fez conosco um número clássico e depois se juntou a dois outros meninos e para criar um número novo, porque eles mesmos tiveram a idéia e se empenharam para criar.
Não sei porque esse lugar se chama Algodões, mas pra mim parece que estamos sobre nuvens de algodão, flutuando no paraíso. Mas o verdadeiro paraíso sempre está em nós, quando somos sinceros com nós mesmos e acessamos o prazer da simplicidade, de simplesmente sermos quem somos.
Mais uma experiência em nossa caminhada. Aprendizagem em família. todos nos auto-educando através da maravilhosa arte do palhaço.
Lugar lindo, paraíso natural , rios limpos desembocando em mar aberto. Praia deserta e pessoas
maravilhosas, generosas.
Essas pessoas que conhecemos estão envolvidas em mais uma experiência que pretende experimentar uma mudança na educação: a Escola Sempre Viva.
Um viva à Sempre Viva.
Foi lá que tivemos uma experiência que vem marcar a história da Cia Pé na Terra, ou melhor da Família Pé na Terra.
Juntos em família, realizamos uma oficina de palhaço simplesmente maravilhosa. Crianças encantadoras que se apropriam facilmente da arte do palhaço só confirma: todos nascemos palhaços, quando crescemos aprendemos a mentir.
Não é mentir de contar mentiras. Precisamos criar máscaras para nos defender das agruras da sociedade. Nos confundimos com nossas máscaras e corrompemos nosso corpo e nossa personalidade.
Em uma oficina de palhaço pra adultos precisamos desfazer essas máscaras, trabalhamos a exaustão, a
vivência do prazer de estar presente, técnicas para mantermos a presença ativamente.
Com as crianças em apenas três horas mostramos o que é a arte do palhaço, fizemos números clássicos e depois propomos pra eles montarem os números. E surpreendentemente eles montaram, ensaiamos e apresentamos uns para os outros.
Depois ficamos sabendo que eles apresentaram várias vezes para os pais em casa.eheheheheh. Lindos!
O interessante da experiência foi eu e Carla enquanto família, com nossos filhos, fazendo nossa profissão acontecer sem separação com a vida.
Foi uma vivência em família, de palhaço. Uma atividade de prazer em família. Um trabalho que realizamos em família, para o bem de todos nós, da nossa convivência. Com auxílio de nossos maiores e menores mestres de palhaçaria: Luan e Rosa, 7 e 2 anos respectivamente, os palhaços Grockninho e Burburinha..
Luan já conhece de cabo a rabo , desde pequeno nos assiste. Sentou e fez conosco um número clássico e depois se juntou a dois outros meninos e para criar um número novo, porque eles mesmos tiveram a idéia e se empenharam para criar.
Não sei porque esse lugar se chama Algodões, mas pra mim parece que estamos sobre nuvens de algodão, flutuando no paraíso. Mas o verdadeiro paraíso sempre está em nós, quando somos sinceros com nós mesmos e acessamos o prazer da simplicidade, de simplesmente sermos quem somos.
Mais uma experiência em nossa caminhada. Aprendizagem em família. todos nos auto-educando através da maravilhosa arte do palhaço.
sexta-feira, 14 de abril de 2017
A arte do palhaço e a educação na perspectiva da desescolarização
Não
é uma questão de ser contra a escola ou de deixar de aceitar a sua necessidade,
ou mesmo de contrapor outros tipos de educação não escolares à educação
escolarizada.
Isso nos jogaria ao paradoxo de continuar na corrida. concorrencial, mas agora contra os princípios da concorrência.
Trata-se de mudar o paradigma. De silenciar a mente por alguns instantes e recomeçar.
Trata-se de conectarmos com o que há de mais puro, belo e ridículo que há em nós, para aí podermos enxergar que as crianças são nossos verdadeiros mestres e temos muito o que aprender com elas.
Em Salvador BA |
Assim, como que por continuidade, é uma questão de aprendermos a
reinventar a sociedade dentro de práticas cotidianas, utilizando nossos velhos
modelos como referenciais importantes que não podem ser negados, mas que também
não devem servir ao pretexto da impotência para a mudança.
quarta-feira, 5 de abril de 2017
A Dor do Homem - na mostra SESC de Artes- Aldeia Olhos D'Água (Feira de Santana-BA)
Cia Pé na Terra apresenta um espetáculo que trata da sofrência humana.
A dor que todo homem sofreu um dia. Ela é insuportável!!!
Nós sabemos, mas o que fazer?
O espetáculo utiliza a linguagem do palhaço para tratar um tema adulto, delicado e recorrente.
Apresentamos na Mostra SESC de Artes Aldeia Olhos D'Água em Feira de Santana- BA.
E mais uma vez o Cabaré Show de Calouros
fui convidado mais ma vez a participar do Cabaré Show de Calouros dentro da programação do encontro Trocando Saberes e Fazeres.
Cabaré Show de Calouros é um espetáculo de variedades que dialoga o humor do palhaço com a estética dos shows de calouros famosos nos anos 80. Em uma celebração do erro e do ridículo, o Nariz de Cogumelo convida um elenco de artistas para mostrar o seu talento e assim arrancar risos da plateia.
IV Festival Internacional Diamantino de Circo
* Por Igor Sant'Anna Caxambó
Participar do IV Festival Internacional Diamantino de Circo pra mim foi uma honra. Mais do que isso, me senti como se estivesse fazendo parte da escrita de uma nova história. Houve algo de peculiar, muito peculiar neste festival que aconteceu entre os dias 10 e 19 de fevereiro de 2017 no Vale do Capão, distrito de Caeté-Açu, em Palmeiras-BA, e envolveu também outras localidades da Chapada Diamantina.Foi um festival organizado pela Família de Artistas e Amigos da Arte do Vale do Capão em parceria com o Circo do Capão. Logo de início sentimos a força de algo que acompanha desde as mais antigas referências da história do circo: a força da família!!!
Eu pude juntamente com a Cia Pé na Terra vivenciar na prática e comprovar a veracidade da proposta do Festival inscrito na sua página (http://www.festino.info/historia-do-fesival).
Foi fabuloso participar desse evento e poder somar a toda essa proposta. Sempre foi princípio da Cia Pé na Terra a arte engajada. Mas não fazemos arte engajada na contestação, ou antagonização de qualquer sistema que não dá certo. Estamos engajados em criar novas realidades. Amadurecermos enquanto seres humanos. Gerar liberdade interior na nossa caminhada. Deixar que a arte cumpra sua função de cura!!!
O IV Festino se destaca logo de início se propondo ao respeito com a realidade local da comunidade, do ambiente. Respeito às crianças ao criar espaços livres de drogas e álcool durante o evento.
A prática de bate-papo sobre temas foi também marca. Participei do bate-papo com o tema "Arte Cura" que contou com a presença de Dr. Áureo Augusto que trouxe um debate incrível sobre a amplitude das possibilidades humanas de cura e a importância da arte nisso tudo.
Foi muito inspirador pra minha proposta que foi num dia posterior, com o tema "O Palhaço-educador: a arte da desescolarização" com debates inspiradores e pessoas maravilhosas.
Além de bate-papo foi muito emocionante apresentar espetáculo Tcharacuthara no festival, um pouco antes do Menzo (Arg) e também oferecer uma oficina cujo cenário foi a lona do circo.
O festival nos proporcionou um lindo encontro com diversos artistas do mundo. Tinha de Latino-Americano até Europeus de diversos países, apresentando diversas técnicas circenses. Foram espetáculos incríveis, profissionais de responsabilidade. A nossa geração do circo agradece.
Além de Espetáculos de rua, espetáculos no circo. O Cortejo pelo Vale do Capão foi incrível. Miríades de artistas, performances à paisagem dos morros que circundam e abrigam o Vale do Capão.
Esse festival abre um marco diferencial nos encontros, que é o respeito à convivência com os nativos e a prioridade à família, dando exemplo a muitos eventos que venham a ocorrer no Vale do Capão e no mundo.
Saudações
que venham mais
Vida longa ao FESTINO!!!
Saudações
que venham mais
Vida longa ao FESTINO!!!
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
II° WORKSHOP Palhaçaria e Educação: a Arte da Desescolarização
Ao falar em desescolarização, é comum ver as pessoas sempre preocupadas como é que as pessoas desescolarizadas podem se dar bem no sistema atual , como podem ser reconhecidas pelas instituições sem ter diplomas, ou como adolescentes excluídos e/o evadidos de escolas públicas poderiam ser salvos pela sociedade sem contar com o apoio da escola e todo seu aporte institucional.
(texto continua abaixo do cartaz)
Quando isso acontece podemos ver qual o sentido real da
cultura de escolarização na formatação e condicionamento das emoções e pensamentos das pessoas.
O foco
de um processo de transmutação do paradigma escolarizado é rapidamente
desprezado pelo medo do desconhecido, quando se busca garantias em todo aparato institucional como se fosse a única forma de viver
A base da escolarização está no nosso corpo, na
desqualificação das nossas emoções, na desconexão entre nossos sentimentos,
pensamentos e práticas.
Não conseguir imaginar a real possibilidade de mudança de
paradigma é o indício de que sobrevivemos à nossa imaturidade emocional através
do medo, controláveis como gado no curral.
Se desescolarizar significa praticar a mudança de paradigma
almejada. Passar por transmutações nas
formas de sentir o mundo. Se descondicionar
dos ressentimentos e das expectativas presos no nosso corpo. Voltar a
viver na presença e assim viver uma outra vida com outros referenciais.
Sermos nós mesmos, seres
autênticos em constante mudança.
Sermos a mudança de nós mesmos.
Sermos
a nossa própria criação de nós...
Impressionante que quando falo em desescolarização e todos
os seus questionamentos não consigo deixar de enxergar a associação com a arte
do palhaço.
Criar o próprio palhaço pessoal é antes de tudo descobrir a
si mesmo. Desmistificar a ideia social de nossa personalidade e aceitar com
alegria quem somos de verdade. Descobrir a vida que há fora das crenças.
É
realmente viver a vida em nós, ao invés
de viver as crenças dos outros construídas sobre nós.
Uma nova vida pode ser construída a partir daí. Somos capazes de acionar potências esquecidas, guardadas nas lembranças da infância. E assim ultrapassar a perspectiva do sistema ou das alternativas que lhe servem, para criarmos uma outra vida.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
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