domingo, 29 de julho de 2012

5 ANOS DE CIA PÉ NA TERRA

COM MUITA SATISFAÇÃO ANUNCIAMOS NOSSA COMEMORAÇÃO TRADICIONAL DO MÊS DE AGOSTO. ESTAMOS FAZENDO 5 ANOS DE COMPANHIA E 4 ANOS DE AÇÃO NO PARQUE DE PITUAÇU. SEGUE ABAIXO PROGRAMAÇÃO.

Contamos com vocês para apoiar este projeto com energia, presença e é claro, com a tradição do dinheiro no chapéu!!!!!!!
RESUMO DA PROGRAMAÇÃO

DOMINGO 05 DE AGOSTO DE 2012
9:00h - Oficina de Palhaço de Rua
10:00h- Didi Siriguela e Caxambó em : O Maior Espetáculo da Terra
SÁBADO 11 DE AGOSTO DE 2012
15:00h Oficina de palhaço para pais
DOMINGO 12 DE AGOSTO DE 2012
 10:00h Neca de Pitibiriba (Espetáculo sólo de Caxambó)
DOMINGO 19 DE AGOSTO DE 2012
 8:47 h - Roda de Tambores Mágicos
10:00h- Espetáculo Le Fantastic Zedispetô
DOMINGO 26 DE AGOSTO DE 2012
9:00h Oficina de Palhaço de Rua 
10:00h Rodão de Palhaços Cia Pé na Terra e Convidados, um oferecimento MAR de Palhaços

*Tudo acontecerá no Parque de Pituaçu, programação detalhada segue abaixo

PROGRAMAÇÃO
DOMINGO 05 DE AGOSTO DE 2012

9:00h - Oficina de palhaço de rua com Caxambó

SERÃO ABORDADAS TÉCNICAS DE RUA VOLTADAS PARA PALHAÇOS JÁ INICIADOS COMPREENDENDO:
- AQUECIMENTO DE PÚBLICO
DILATAÇÃO CÊNICA PARA RUA
PRÉ-CONVOCATÓRIA, CONVOCATÓRIA E FORMAÇÃO DE RODA


10:00h- Apresentação do espetáculo:

DIDI SIRIGUELA E CAXAMBÓ EM : O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA

Release 
Espetáculo concebido desde 2007 aniversaria juntamento com a Companhia. Apresentação de números clássicos de palhaço e improvisações formam um espetáculo vivo cheio de surpresas, que mexe profundamente com as energias e toca nos corações!!! Ideal para toda a família curtir juntos, para todas as idades.

A dupla Didi Siriguela e Caxambó desenvolve este espetáculo com uma incrível habilidade de interação humana e presença cênica. Este é o espetáculo que fundou a Cia. Pé na Terra, construído na rua, sem ensaios, com interações vivas, a dupla escolhe quais dentre os diversos números clássicos na hora, sem combinar nada!!! O resultado é um espetáculo realmente surpreendente.

 Ficha Técnica

Criação, Concepção e Direção:
Carla de Miranda e Igor Sant’Anna

                                                          Elenco:
  Carla de Miranda
 (Didi Siriguela)

Igor Sant’Anna (Caxambó)





SÁBADO 11 DE AGOSTO DE 2012
15:00h Oficina de palhaço para pais em homenagem ao dia dos pais, com o pai-palhaço Caxambó. Confira proposta/conteúdo em http://www.penaterradospalhacos.blogspot.com.br/2012/05/arte-do-palhaco-e-as-possibilidades.html




DOMINGO 12 DE AGOSTO DE 2012


 10:00h apresentação do espetáculo:

NECA DE PITIBIRIBA



Release  

O que faz um palhaço de rua? Esta pergunta que não se cala na cabeça de Caxambó só pode ser respondida de uma maneira: Neca de Pitibiriba, que significa, nada, Bulhufas, bobagens. Sem saber como formatar um espetáculo que agrade os críticos, Caxambó juntou seus repertórios de rua numa intensa interação com o público. O que faz? Qualquer coisa, ou a mesma coisa: são apenas pretextos, bobagens, para que do fundo da alma as pessoas aprendam a bater palma para o palhaço.

Histórico do Espetáculo

“Neca de Pitibiriba” é um espetáculo solo de rua, resultado de pesquisas desenvolvidas por Igor Sant’Anna, o palhaço Caxambó desde 2009. Os laboratórios começaram no Parque de Pituaçu, onde ocorreu a criação da maioria das cenas, que foram resultados de  improvisações e interações com o público.



Compondo uma linha da Cia. Pé na Terra, o espetáculo é caracterizado pela busca da essência da arte do palhaço. Foi construído na rua que foi em diversas praças e parques da cidade em apresentações que serviram de laboratório para a construção da interação com o público. 

Além das praças, intervenções em ônibus coletivos da cidade esteve presente em vários eventos na cidade de Salvador, alguns deles:Encontro de Malabares, Arte e Cultura(2009/2010), Iº Grande Hein?Comtraço de Palhaço (2010), IIª Convenção Baiana de Malabarismo, Circo e Arte de Rua (2011), entre outros.



By Ronaldo Partha


Ficha Técnica


Direção e atuação

Igor Sant’Anna Caxambó
Co-Direção
Carla de Miranda



DOMINGO 19 DE AGOSTO DE 2012

08:30h- Roda de Tambores Mágicos com Zedispeto - Confira a proposta em http://www.ritmoealma.blogspot.com.br/p/em-construcao.html
10:00h- Apresentação do espetáculo:



LE FANTASTIC ZEDISPETÔ






Um palhaço que se diz "extremamente internacional", "acrobático" e "artistico" é o mote principal deste espetáculo onde Zedispeto ao longo de toda a esquete tentará apresentar todos os seus diversos "dotes" artisticos, como a música, a dança, acrobacia, entre outros, de forma a convence-los da sua magnitude. Para isso ele apresenta diversos números de intensa participação com o público onde ele fará de tudo para apresentar todas as suas qualidades! 








DOMINGO 26 DE AGOSTO DE 2012

9:00h Oficina de Palhaço de Rua com Caxambó 

SERÃO ABORDADAS TÉCNICAS DE RUA VOLTADAS PARA PALHAÇOS JÁ INICIADOS COMPREENDENDO:
- AQUECIMENTO DE PÚBLICO
DILATAÇÃO CÊNICA PARA RUA
PRÉ-CONVOCATÓRIA, CONVOCATÓRIA E FORMAÇÃO DE RODA


10:00h Rodão do MAR de Palhaços

Movimento abre-rodas com cia. pé na terra e convidados

Roda de palhaços típica de rua, com improvisações, números diversos e interações exuberantes. Um encontro festivo onde palhaços convidados vem contribuir e trocar com nossa tradicional roda do Parque de Pituaçu. Em breve serão confirmados os convidados!!!Fiquem ligados!!!Experiência muito diferente, uma roda com vários palhaços!!!


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Palhaços no Parque: Cia Pé na Terra, educação e território


* Por Igor Caxambó


O palhaço é uma figura universalmente conhecida. Se reveste de várias maneiras, de acordo com a cultura, porém existe uma essência nesta arte que toca o que há de mais universal no ser humano.

  Não estamos falando aqui de nenhuma proposta filosófica iluminista de homem universal. Estamos nos referindo ao que há próprio do ser humano mesmo nas mais diferentes culturas. É claro que mesmo atingindo esta essência humana, o palhaço não fica isento de interagir com a cultura de determinado lugar,  aliás o que mostra a história é que o palhaço tem se perpetuado desde os tempos mais remotos subsistindo às diversas culturas. Mas o que seria de essencial que há neste personagem?

A arte do palhaço contém em suas características intrínsecas, potência de comunicação humana com capacidade de denunciar o erro, os sofrimentos, a opressão, o orgulho. Em outras palavras, reduz cenicamente, através da ludicidade, as grandes estapafúrdias humanas, tornando-as cômicas, risíveis. Através do riso, o palhaço propõe reflexões facilmente evitadas no cotidiano pelas pessoas. O riso catártico permite ao palhaço ir mais longe, um pouco mais a fundo, sem no entanto machucar as feridas que cicatrizaram por fora e que mantiveram-se vivas por dentro.

Neste sentido, o papel principal deste primoroso personagem, é provocar auto-conhecimento. Qual sentido teria a arte se não a de provocar? Mas para o palhaço provocar através do riso e da empatia significa conseguir permissão para ir mais a fundo. Como se relaciona um palhaço no cotidiano? De que maneira esta arte transforma aqueles que vivem profissionalmente a arte do palhaço?

A arte nos leva a sonhar, e com dizia nosso célebre poeta baiano, “sonho que se sonha só,é só um sonho, e sonho que se sonha junto é realidade”. Se é através do sonho que podemos mobilizar nossas vontades para além das crueldades, é através do medo que se imobiliza, e se estrutura uma série de sistemas de dominação do comportamento.

A cidade é lugar do sonho e do medo, onde os migrantes buscam a oportunidade e temem as consequências do desequilibro entre a oferta de oportunidades e a demanda delas. Os parques urbanos são estes lugares do sonho, pois é neles que se respira um ar diferente do cotidiano agressivo dos espaços de trânsito, da velocidade que engole. Mas também podem ser territórios do medo, pois nestes espaços onde não há pessoas, circundados por um sistema ecológico em que predomina o ser humano e suas contradições sócio-econômicas.

Nós da Cia Pé na Terra consideramos a arte do palhaço como um instrumento de educação, numa maneira de agir no espaço público e trazer as pessoas para o presente, para a reflexão e consciência de que não estamos sós, mas vivemos como terráqueos, convivendo com outros terráqueos, em relação com um ambiente que nos cerca e nos perpassa. Vivemos num mundo de sonhos prontos, construídos por um sistema capitalista que oprime o surgimento de sonhos particulares, únicos e singulares.

Este ano no mês de agosto estaremos comemorando 4 anos de ação da Cia. Pé na Terra no Parque de Pituaçu. Temos 5 anos de Companhia, veja como este território está anexado à nossa história. Os palhaços já se tornaram um patrimônio local. As pessoas já sabem que aos domingos tem palhaço no parque e as memórias afetivas da relação com o território do parque  são fortalecidas pelas lembranças  das interações vivas com esses seres bobos, inocentes, repletos de generosidade, graça e cura. 

A cada domingo podemos ir fazer nosso chapéu, curtindo de qualidade de interação social que só a arte pode oferecer e principalmente a arte do palhaço. Enraizando palhaço no Parque de Pituaçu, somos a Cia Pé na Terra, mas cada vez que cumprimos nossa função ficamos mesmo é com a cabeça nas estrelas...





terça-feira, 17 de julho de 2012

Terra das Artes


Por Igor Caxambó

Poderia parecer estranho que uma companhia de palhaços chame-se Cia Pé na Terra. Por que será? Aliás, olhando por outro ângulo há algo de estranho também nas atividades da Cia Pé na Terra. Neste semestre, quem vem acompanhando pôde perceber que realizamos espetáculos (de praxe), teve oficina (também de praxe), Rua das Artes Encontro de Circo (MAR de Palhaços de praxe também) mas houveram alguns projetos um pouco diferentes como A ARTE DE GESTAR A VIDA e sua realização mais recente A OFICINA INSCRIÇÕES CORPORAIS.

Em realidade,  a Cia Pé na Terra é uma companhia de artistas que têm como seu carro chefe a arte do palhaço. A arte do palhaço engloba a diversidade e, apesar de não termos assim outra especialidade artística além da arte do palhaço, de não termos espetáculo de teatro, de dança, de música, sempre fomos abertos para aprendermos com outras artes e inclusive fazer outros trabalhos que as envolvam. Poderíamos até dizer que somos a Cia Pé na Terra das Artes.

Ainda assim, por que Pé na Terra, afinal? Pé na Terra tem um sentido difícil de ser explicado racionalmente. Este nome surgiu quando em uma apresentação em que Didi Siriguela e Caxambó apresentaram num sítio ecológico do Subúrbio Rodoviário da Cidade de Salvador, mais especificamente  no bairro de Valéria. Lembro-me bem que por um motivo ou outro resolvemos apresentar descalços, com os pés literalmente na terra, e isso estava em consonância com o cunho da apresentação que envolvia questões ecológicas e sociais, não pelo conteúdo mas pelo contexto. Naquele dia sentimos que o sentido da arte não poderia ser descontextualizado. E pra quê serve a arte? Para quem serve a arte? A arte está a serviço de algo?

Logo de saída podemos afirmar sem pestanejar que neutralidade não existe. A arte como uma mobilizadora estará a serviço de algo, alguma idéia, contexto ou filosofia. Nós da Cia. Pé na Terra optamos por estarmos a favor de princípios que nos levem a uma convivência mais saudável neste nosso planeta chamado Terra. nós estamos nele e ele anda cheio de problemas. E aí? Vamos continuar fazendo nossa arte e tá tudo bem? Vamos nos omitir?Jamais!!!

Como artistas que somos algo nos inquieta na humanidade que é uma doença na convivência, social e ambiental.Se vivemos num planeta cheio de problemas somos Cia Pé na Terra porque resolvemos voar com a arte sem tirar os pés do chão. A partir da realidade nossas ações terão significado. A arte é cura da alma, alento para o espírito e sua presença é fonte para melhorarmos nossa relação com nós mesmos até antes de levarmos benefícios sociais e ambientais em geral.

A arte do palhaço tem um sentido forte de trabalhar a saúde da convivência social e, mais ainda, de levar as pessoas a acessarem a prática de sonhar. Através do lúdico o palhaço transporta as pessoas para aquele estado de consciência feliz da infância. Todos nascemos vivos, presentes, quais fatores influenciam uma humanidade adulta cheia de neuroses e psicoses? Como estamos tratando nossas crianças? Será que estamos vivendo realmente ou estamos apenas reproduzindo tudo aquilo que é ditado pelo sistema?

Assim nos surge a ARTE DE GESTAR A VIDA, um projeto que vem trazer sentido para a arte no nosso cotidiano, em situações triviais como parir e criar filhos. Muitos estão envolvidos com a arte de forma capenga. Muitos cumprem com suas atitudes a cartilha da utilização da arte como ferramenta para fortalecer o ethos escolarizado da sociedade, para imbricar ainda mais as idéias gerais na lógica de dependência a um sistema opressor.

Nós assumimos a arte como libertação, emancipação e a construção de uma convivência com o planeta cada vez melhor. Que vivamos com arte, com graça, sem separar a arte da vida. Desde que nos entendemos como palhaços passamos a assumir uma outra maneira de viver e queremos compartilhar isso com todos. O objetivo de todos é criar um paraíso vivo na Terra? O nosso pelo menos é, e para nós, esse paraíso faz-se com a realização dos sonhos e com a cura de nossas mazelas da alma. Se mediarmos nossa convivência com a arte um dia quem sabe cheguemos lá. Se viver é uma arte precisamos de uma ARTE DE GESTAR A VIDA.