Ao falar em desescolarização, é comum ver as pessoas sempre preocupadas como é que as pessoas desescolarizadas podem se dar bem no sistema atual , como podem ser reconhecidas pelas instituições sem ter diplomas, ou como adolescentes excluídos e/o evadidos de escolas públicas poderiam ser salvos pela sociedade sem contar com o apoio da escola e todo seu aporte institucional.
(texto continua abaixo do cartaz)
Quando isso acontece podemos ver qual o sentido real da
cultura de escolarização na formatação e condicionamento das emoções e pensamentos das pessoas.
O foco
de um processo de transmutação do paradigma escolarizado é rapidamente
desprezado pelo medo do desconhecido, quando se busca garantias em todo aparato institucional como se fosse a única forma de viver
A base da escolarização está no nosso corpo, na
desqualificação das nossas emoções, na desconexão entre nossos sentimentos,
pensamentos e práticas.
Não conseguir imaginar a real possibilidade de mudança de
paradigma é o indício de que sobrevivemos à nossa imaturidade emocional através
do medo, controláveis como gado no curral.
Se desescolarizar significa praticar a mudança de paradigma
almejada. Passar por transmutações nas
formas de sentir o mundo. Se descondicionar
dos ressentimentos e das expectativas presos no nosso corpo. Voltar a
viver na presença e assim viver uma outra vida com outros referenciais.
Sermos nós mesmos, seres
autênticos em constante mudança.
Sermos a mudança de nós mesmos.
Sermos
a nossa própria criação de nós...
Impressionante que quando falo em desescolarização e todos
os seus questionamentos não consigo deixar de enxergar a associação com a arte
do palhaço.
Criar o próprio palhaço pessoal é antes de tudo descobrir a
si mesmo. Desmistificar a ideia social de nossa personalidade e aceitar com
alegria quem somos de verdade. Descobrir a vida que há fora das crenças.
É
realmente viver a vida em nós, ao invés
de viver as crenças dos outros construídas sobre nós.
Uma nova vida pode ser construída a partir daí. Somos capazes de acionar potências esquecidas, guardadas nas lembranças da infância. E assim ultrapassar a perspectiva do sistema ou das alternativas que lhe servem, para criarmos uma outra vida.